BIO – JONATHAN:

Sou Jonathan Nunes, produtor cultural, designer e pesquisador, nascido e criado no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro. Minha trajetória na cultura começou cedo, ainda durante o ensino médio, quando cursei o Técnico em Produção Audiovisual na Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch, entre 2007 e 2009. Paralelamente, participei do projeto Nós do Cinema, uma escola popular de audiovisual que me ensinou que narrar histórias pode ser uma estratégia de resistência, visibilidade e transformação social.

Entre 2008 e 2011, atuei como assistente de produção em festivais como o Panorama de Dança e o Festival Brasileiro de Cinema Universitário (FBCU). No teatro, trabalhei na produção de espetáculos como “Náufragos da Louca Esperança” (2011), dirigido por Ariane Mnouchkine com o Théâtre du Soleil; “A Menina do Dedo Torto” (2016), com direção de Pedro Brício; e “Cérebro Coração” (2018), com texto de Mariana Lima e direção de Enrique Diaz e Renato Linhares, indicado ao Prêmio Shell.

Em 2006, ainda adolescente, tive minha primeira experiência internacional ao ministrar uma oficina de audiovisual para adolescentes em uma escola pública de Buenos Aires, Argentina. Esse projeto foi uma iniciativa do Nós do Cinema, com apoio da Embaixada do Brasil na Argentina e da Fundación Kine Cultural y Educativa. Essa vivência aprofundou meu interesse por processos pedagógicos e criação colaborativa em diferentes contextos culturais e ampliou minha conexão com redes latino-americanas.

Minha formação acadêmica é em Design pela ESDI/UERJ (2017),com uma graduação sanduíche em Fine Arts pela Kwantlen Polytechnic University, no Canadá, onde vivi por 19 meses entre 2014 e 2015, através do programa Ciências Sem Fronteiras. Essa experiência internacional me proporcionou fluência em inglês e um contato direto com contextos multiculturais de produção artística. Tenho também bom domínio da língua espanhola, adquirido através de formações, vivências e de meu trânsito constante por redes culturais na América Latina.

Durante o mestrado em Design (2021–2023), realizei um mapeamento de artistas periféricos da região metropolitana do Rio de Janeiro que atuam entre os campos da arte e do design. Como parte desse processo, idealizei a residência artística TOCA, realizada em 2021 no coletivo Rato, em parceria com o coletivo Trovoa. Atualmente, como doutorando em Design na ESDI/UERJ, integro o Laboratório de Design e Antropologia (LaDA-Esdi) e aprofundo uma pesquisa sobre práticas comunitárias de preservação da memória em territórios periféricos, com foco em iniciativas como o Museu dos Meninos, no Complexo do Alemão, e o Acervo da Laje, em Salvador. Minha investigação parte de um olhar situado e afetivo sobre o território onde nasci, buscando construir articulações entre memória, design e políticas decoloniais.

Desde 2016, sou Studio Manager do ateliê do artista Raul Mourão, liderando uma equipe de oito pessoas e gerenciando todas as etapas de produção de suas obras e exposições no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. Já produzi 16 exposições individuais e colaborei em mais de 35 exposições coletivas. Minha atuação abrange gestão de equipe, logística internacional de obras de arte, articulação com instituições culturais, gestão orçamentária, produção editorial e comunicação estratégica.

Além disso, integro o coletivo Rato desde 2016, onde produzi e desenvolvi projetos como o Rato Recebe, o Baile BloKo, entre outras ações de caráter colaborativo e territorial. Em 2022 e 2023, fui curador, produtor e designer gráfico das duas edições do projeto Códigos Negros, promovido pelo Olabi, com apoio do Museu do Amanhã e do Rato, articulando encontros entre arte, tecnologia e produção cultural negra a partir de uma perspectiva de território e rede.

Minha prática é atravessada por uma escuta atenta aos lugares e às pessoas com quem trabalho, por uma capacidade de articulação em rede e por um compromisso com a construção de narrativas que ampliem repertórios e deem visibilidade a histórias muitas vezes invisibilizadas.